Dia 30 de março foi quando enviei a última edição da newsletter por aqui. Deve ter sido também um dos últimos dias *normais* antes da minha vida virar de cabeça pra baixo.
As semanas que se passaram desde então foram bagunçadas e um tanto quanto caóticas, regadas de ansiedades e incertezas, e embaladas por um leve tom de angústia que lentamente foi se transformando em otimismo.
Tudo isso porque: nos mudamos de Nova York de volta pra São Paulo.
Da primeira vez que redigi a frase acima, as palavras escolhidas foram: “deixamos pra trás uma vida construída na Big Apple e retornamos ao Brasil”, mas logo me retratei, pois essa afirmação seria uma inverdade, para não dizer injusta.
A real é que, ainda que o imediatismo desse retorno não tenha sido exatamente uma escolha nossa (e pretendo me aprofundar nisso nas próximas edições da newsletter, #VemAí) nada do que vivemos foi deixado pra trás. Eu e o Sr. Meu Marido voamos do JFK para GRU carregados não apenas das dez malas despachadas, mas também trazendo nas costas a bagagem de tudo o que aprendemos e crescemos nesse período, tanto no lado pessoal quanto no profissional e, talvez no mais importante: como casal. Tudo que vivemos nesses dois anos e meio nos pertence e jamais poderá ser arrancado de nós. Foi uma uma aventura feliz, cheia de altos e baixos, que nos preencheu e fez sentido… até não fazer mais.
E a Lola? Bom, ela agora é uma Service Dog, thank you very much, e portanto teve o privilégio de voar chiquíssima num assento comfort+ ao invés de ser despachada como bagagem no porão da aeronave. O coração da mãe de pet agradeceu, claro. Já o corpo não pode exatamente dizer o mesmo: a câimbra de passar seis horas imóvel para não incomodar Srta. Eleonora em sua caminha improvisada no chão da fileira 21, sem falar do trabalho de equilíbrio e força necessários para agachar no minúsculo lavatório do avião carregando a cachorra de 9,5kg no colo, deveriam corresponder a uns três dias de treino no Garmin.
E por conta de toda a correria que envolveu organizar documentação, limpa de armários, venda de móveis, entrega do apto de NY, reaver o apto em SP, e mais uma lista de vinte e oito itens que Sr. Meu Marido insistia em colocar num APP de organização para que eu não esquecesse (eu não acessei o APP), eu precisei fazer certas escolhas para conseguir manter um mínimo de controle equilíbrio psicológico por aqui.
Uma das atividades que teve de ser deixada de lado temporariamente foi a escrita, por mais estranho que pareça, visto que ela é uma atividade terapêutica pra mim. Minha newsletter precisou ficar em silêncio até que as vozes na minha cabeça se acalmassem. Ou, ao menos, começassem a concordar entre si.
Agora que o olho do furacão passou e já me encontro um pouco mais sã, voltei a escrever, para felicidade geral da nação dos meus assinantes no Substack e pelo bem da minha saúde mental. Estou planejando até um novo formato de conteúdo para ser lançado em breve, espero que vocês gostem. #VemAíNovamente
Quero agradecer àqueles que, neste hiato, me pediram pra voltar. E quero também pedir desculpas àqueles que estão descobrindo da nossa volta lendo esse texto ao invés de uma mensagem individual. Não são vocês, sou eu. Todo esse auê foi overwhelming de uma carga emocional tão complicada, que ainda estou me ajustando às mudanças, pouquinho a pouquinho, um dia após o outro.
bem-vinda de volta!
tava com saudades 🤎
toda mudança envolve renascer dentro de si. que seja tão leve e bonito quanto puder ser pra ti ✨
Sua newsletter foi um lindo presente que encontrei no começo desse ano, que bom que voltou e boa sorte na nova fase!!